A Caçada

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Paralítico de Betesda

BREVE ANÁLISE DO MILAGRE NO TANQUE DE BETESDA
O Evangelho segundo João – o Evangelho da fé
1. TEXTO: JOÃO 5.1-18
1 - Depois Jesus voltou a Jerusalém, para uma das festas religiosas judaicas.
2 - Dentro da cidade, perto do Portão das Ovelhas, estava o Tanque de Betesda, rodeado por cinco terraços ou alpendres cobertos.
3 - Multidões de doentes - coxos, cegos, ou com membros paralíticos - estavam nos terraços (esperando por um certo movimento da água,
4 - porque um anjo do Senhor vinha de vez em quando e agitava a água; e a primeira pessoa a descer no Tanque depois disso, ficava curada) *.
5 - Um dos homens que se achava ali estava doente há 38 anos.
6 - Quando Jesus viu esse homem e soube a quanto tempo estava doente, perguntou: "Você gostaria de ficar bom?"
7 - "Eu não posso", respondeu o doente, "porque não tenho ninguém para me ajudar a entrar no tanque depois do movimento da água. Quando estou procurando chegar lá, sempre entra um outro na minha frente".
8 - Jesus lhe disse: "Levante-se, enrole a sua esteira e vá para casa!"
9 - Imediatamente o homem ficou curado! Ele enrolou a esteira e começou a caminhar! Porém era sábado quando este milagre foi feito.
10 - Por isso, os líderes judaicos acharam ruim. Disseram ao homem que tinha sido curado: "Você não pode trabalhar no sábado! Não é permitido pela Lei carregar essa esteira!"
11 - "O homem que me curou me mandou", foi a resposta dele.
12 - "Quem foi que disse tal coisa a você?" perguntaram eles.
13 - O homem não sabia, e Jesus havia desaparecido entre a multidão.
14 - Mas depois disso Jesus encontrou o mesmo homem no templo e lhe disse: "Agora você está bom; não peque como fez antes, senão poderá acontecer uma coisa ainda pior".
15 - Então o homem foi procurar o líderes judaicos e lhes disse que tinha sido Jesus quem o havia curado.
16 - Em conseqüência, eles começaram a perseguir Jesus como pessoa que não guardou o sábado conforme a Lei de Moisés mandava.
17 - Mas Jesus respondeu: "Meu Pai faz o bem sempre, e Eu estou seguindo o exemplo dEle".
18 - Com isso, todos os líderes ficaram ainda mais desejosos de matar Jesus porque, além de desobedecer as leis a respeito do sábado, Ele havia falado de Deus como seu pai, fazendo-Se, desse modo, igual a Deus.



2. Introdução
Este livro tem como tema chave a apresentação de Jesus como o Filho de Deus. O quarto evangelho declara, de forma inequívoca, a finalidade do livro: "Jesus... operou também... muitos outros sinais... Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que crendo, tenhais vida em seu nome" (20.31)
Ebion [1] e Cerinthus [2], que negaram a divindade de Cristo, afirmando que Ele era um mero homem, e que Ele não existiu antes de Sua encarnação; e o designo dele é para lhes refutar: e é fácil observar que ele começa seu Evangelho com a divindade de Cristo; afirma ser Ele Deus, e prova ser Ele verdadeiramente e propriamente assim, pela obras da criação, que foram operadas por Ele, assim com mostra que Ele foi realmente homem. Clemens (a) chama este Evangelho de João, pneumatikon euaggelion, “um Evangelho espiritual",
Ebionismo - Heresia judaizante dos seguidores de Ebion, entre os séculos I e III d.C. Possuem diversas variantes, todas elas de natureza adocionista [adocionismo era uma heresia dos séculos II e III d.C. que ensinava não ser Jesus verdadeiro Filho de Deus, mas apenas um homem comum, de grande virtude, que, pelo batismo, ao ser possuído pelo Espírito de Deus, tornara-se seu filho “adotivo”]. Ao pregar a estrita fidelidade ao monoteísmo do Antigo Testamento, os ebionistas rejeitaram os Evangelhos cristãos, com exceção de Mateus
Cerinthus - Cristão herético cujos erros, de acordo com o teólogo Irineu, o apóstolo João a escrever seu Evangelho do Novo Testamento devido há essas ocorrências.
3. ACERCA DA PASSAGEM
3.1. Betesda - significado
Casa de misericórdia, lugar onde os aflitos e enfermos ficavam esperando um possível milagre quando um anjo agitasse as águas.
O tanque de Betesda possuía cinco alpendres onde ficava a multidão dos enfermos.
3.2. O conflito de Jesus:
Jesus em conflito com os líderes judeus que já era uma cena comum, por ter curado um homem incapacitado no sábado infringindo o dia santo – o sábado, mas Jesus reivindica o direito de trabalhar porque Deus o seu Pai trabalhava até aquele momento e ele trabalhava também.
Os líderes judeus ficaram enfurecidos ao verem o homem que havia sido curado carregando seu leito, pois para eles era uma afronta ser curado e ainda carregar seu próprio leito no sábado, pode-se ver como que as leis concernentes ao sábado saíram do controle.
Os líderes judeus não analisaram a situação e já trataram de perseguir a Jesus ao invés de procurar saber o que estava acontecendo. Nesse fato Jesus estava mostrando o seu poder miraculoso, mas as pessoas estavam com seu coração endurecido demais para poderem se atentar à origem do milagre e não somente para o fato em si.
Só o fariseu mesmo pode achar que é trabalho carregar trapos rotos de panos velhos e surrados, enrolados debaixo do braço. Não é a toa que Jesus os classifica de “raça de víboras”
4. JESUS E O SÁBADO
No Sábado é lícito fazer o bem (Mat. 12:11, 12 – não é licito salvar uma ovelha que caí num buraco ao sábado, quanto mais salvar ao homem; Mar. 3:4 – é licito fazer o bem ou o mal no sábado, salvar a vida ou matar?
Mateus 12.9-13; o homem das mãos mirradas.
Lucas 13.10-17; 14.1-5; mulher paralitica que andava encurvada há dezoito anos; cura de um hidrópico.
João 5.1-18; 9.1-16. Paralítico de Betesda; cura de um cego de nascença.
Estas referências relatam cinco milagres de curas feitos por Jesus no sábado. Jesus considerava os atos de caridade compatíveis com a santidade do sábado. Evidentemente estes atos de caridade não "tua obra" proibida pelos dez mandamentos, nem eram contrários à ordem "para santificar" do quarto mandamento. (Êxodo 20:8-11). Ele estava usando o seu poder divino para remover as conseqüências do pecado.
5. DESENVOLVIMENTO DO MILAGRE
Jesus perguntando ao paralítico se ele queria ser curado pode até parecer uma atitude de insensibilidade e afronta para com o paralítico, mas ao observar o que Jesus fez pode-se observar que o que Jesus estava querendo que o paralítico demonstrasse se ele gostaria de sair daquela zona de vítima e seguir a vida arrumar um emprego e não mais ficar vivendo aquela vida de coitado. Foi preciso ter fé e João enfatiza isso bem em seu Evangelho a necessidade de ter fé sem a qual o paralitico não teria levantado.
O resultado que se deu foi que quando o homem curado reencontrou Jesus foi ao templo e foi advertido a não pecar, pois poderia acontecer algo pior que a paralisia.
Jesus estava em Jerusalém em uma festa, desceu à Galiléia onde estava acontecendo uma festa para curar o filho do oficial. Depois Jesus sobe à Jerusalém em mais uma festa onde acontece a cura em Betesda.
Dessa forma é de fácil entendimento compreender que não há um distanciamento histórico de um fato para outro, mas sim fatos seqüenciais, haja vista que o capítulo cinco começa dizendo “Depois disso havia uma festa”.
O primeiro relato tem a finalidade de demonstrar a fé gerada no coração do pai que tinha o seu filho doente, já o outro relato mostra o endurecimento de coração dos lideres fariseus isso serve para mostrar o acontece em nosso meio, pois para determinadas pessoas produzem fé, mas em outros casos o coração endurecido rejeita ser confrontado com a verdade.
6. APLICAÇÃO
Esse conto tem uma lição sobre a graça de Deus, pois Jesus vê a necessidade e cura o paralitico. Ele vê nossas necessidades e tem pena e nos ajuda por sua maravilhosa graça, sem merecer e sem poder comprar Ele ainda sim derrama sobre nós.

* Muitos dos manuscritos antigos omitem este material entre parênteses.

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